quinta-feira, 20 de outubro de 2016

No dia que eu morri.

No dia que eu morri fazia frio, chovia e o céu era cinza.
As coisas não se encaixavam e eu me questionava porque eu haveria de morrer.
Não consegui chorar, só sorrir e me doar pra quem consideravelmente iria sentir minha falta.
No dia que eu morri fui egoísta? Sim, não sei, talvez.
Percebi, o quanto sou amada e quanto sou um nada.
Há quem irá sentir saudade e quem irá esquecer que um dia estive aqui.
Aprendi e ensinei o que pude e morri sendo ignorante.
No dia que eu morri vi amigos e inimigos, lamentarem e comemorarem.
Percebi que com o destino não se brinca, com o plano de Deus muito menos.
Que devemos aproveitar com que nos da prazer e evitar o que nos adoece.
Que pra morrer basta está vivo.
No dia que que morri eu percebi que eu podia ficar morta, ser um fantasma ou viver na minha nova vida.
Decidi que iria viver apesar de morta, como nas series e filmes.
Reaprendi.
E hoje, apesar de morta levo uma vida interessante que apesar de ser nova, me parece muito velha.
No dia que eu morri decidi continuar vivendo.